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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Apreciações críticas do filme “Os Maias” do realizador João Botelho

Após visionamento pelas turmas do Ensino Secundário no dia 2 de outubro de 2014

No âmbito da disciplina de Português, foi planificada uma visita de estudo para permitir que os alunos assistam à adaptação cinematográfica do romance “Os Maias” de Eça de Queirós pelo realizador português João Botelho, obra que consta do programa de ensino secundário e poderá ser sujeita a avaliação no exame nacional. Pretendeu-se, deste modo, mobilizar conhecimentos prévios ou antecipar a leitura da obra em causa, apreender os sentidos da linguagem cinematográfica e promover a avaliação crítica e fundamentada de filmes com base em textos literários.
Dos seus trabalhos, destacam-se alguns comentários, uns controversos, outros severamente críticos ou entusiasticamente fiéis à obra queirosiana.

“A história retrata a vida detalhada de três gerações da família Maia e os seus obstáculos, quer a nível social, quer a nível pessoal, dando ainda uma visão pormenorizada da vida da classe média-alta. Critica-se essa forma de vida fútil e passiva e o retrocesso que reinava na capital portuguesa do século XIX.” (Hugo Meireles, 12.ºA)

 “A morte de Afonso não foi bem conseguida e a caracterização exterior do Ramalhete pedia mais do que apenas uns segundos de jardim com uma pequena cascata.” (Micaela Lucas, 12.ºA)

“A personagem de Afonso foi muito pouco explorada, sendo que, de uma personalidade presente ao longo de todo o livro, passou a uma mera sombra do neto. Da mesma forma, penso que a conotação da personagem de João da Ega foi completamente deturpada, ocupando o lugar de bobo da corte.” (Mafalda Alves, 12.ºA)

“Todos os atores têm reconhecimento e prática na interpretação, pelo que ilustram com dedicação os empréstimos, mostrando a influência de outras línguas em Portugal e reconstroem uma relação de verosimilhança com o próprio livro queirosiano, mantendo a fidelidade da sua escrita.” (Marta Dias, 12.ºA)

“O romance de Carlos e Maria Eduarda esteve bem representado com pormenor, assim como os espaços que ilustram a sua relação amorosa. Por outro lado, a relação de Carlos com a condessa de Gouvarinho não teve muito desenvolvimento e relevância ao longo do filme, bem como a de Ega com Raquel Cohen.” (Francisca Namora, 12.ºA)

“Apesar de esta [banda sonora] ter ficado aquém das expectativas, no entanto, será de felicitar o realizador pelo facto de ter optado pelo fado para acompanhar o momento em que Maria descobre que Carlos é seu irmão, pois sublinha a tragicidade e a identidade portuguesa.” (Maria Gonçalves, 11.ºA)

“Como aspetos positivos, é de se fazer notar, em primeiro lugar, a qualidade representativa e interpretativa do ator que encarna a personagem de Ega, pela sua exemplar prestação neste filme. De seguida, é necessário apontar e aplaudir o facto do realizador português conseguir, através de cenários construídos em estúdio, alcançar uma profundeza espacial que nos transporta para a época do romance, contribuindo para a coesão sequencial das cenas.” (Nuno Medeiros, 11.ºA)

“Não simpatizei com algumas escolhas dos cenários, nomeadamente, os cenários exteriores, já que não eram reais. Contudo, os cenários interiores, principalmente o Ramalhete, a “Toca” e o consultório de Carlos, foram cuidadosamente decorados, fazendo referência a pormenores presentes no romance. Para além disso, penso que a boa prestação dos atores contribuiu para o enriquecimento e para a vivacidade do filme.” (Eduardo Sousa, 11.ºA)

“Quanto ao desempenho dos atores, era de esperar uma maior participação de Afonso da Maia, tendo em conta a sua relevância no livro. A maior desilusão é Carlos da Maia, a representação desta personagem não mostrava qualquer emoção e a relação deste com o seu avô não foi explorada, sentindo-se algumas vezes a artificialidade das emoções. Porém, há que louvar a interpretação de personagens como Ega e Alencar que se mantiveram fiéis ao livro, trazendo leveza ao filme e conquistando o público.” (Maria Eduarda Santos, 11.ºA)

“João Botelho conseguiu alcançar o que a maioria dos realizadores de cinema não consegue, uma adaptação cinematográfica digna do livro que a inspirou.” (Bárbara Vitorino, 11.ºB)

“A mais notável atuação é a de Ega (Pedro Inês), tão cativante e interessante como a personagem no livro. A sua presença anima a cena em que se encontra, e, quando este desaparece, ansiamos pelo seu hilariante regresso, pois, apesar de boas, as outras personagens são desprovidas de paixão.” (Pedro Sebastião, 11.ºA)

“Apesar de esta adaptação ser mais prudente comparativamente à experiência de leitura da obra homónima, creio que o resultado final foi muito bem conseguido graças às ideias inovadoras da equipa técnica e à prestação dedicada do elenco a este projeto.” (Joaquim Pinto, 11.ºA)