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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O meu bisavô na Primeira Guerra Mundial

Tropas portuguesas em Moçambique (1916)
O meu bisavô chamava-se António Nogueira, nasceu a 2 de setembro de 1895 na aldeia da Veiga - Cumieira, e faleceu a 28 de fevereiro de 1982,  na Timpeira, Vila Real, com 87 anos, onde vivia com a filha Maria de Lurdes e família.
Era um dos quatro filhos de Antónia e António Nogueira, trabalhadores da vinha, e também naturais da Veiga. Foi casado com Maria Adelaide Braga, também natural da Veiga. António e Maria Adelaide tiveram 5 filhos, três raparigas e dois rapazes, entre os quais a minha avó paterna com o nome de Maria de Lurdes.
O meu bisavô era de porte atlético, alto, media 1,80m, mas magro e tinha olhos azuis.
Ainda novo foi chamado para o serviço militar no Regimento de Infantaria 13, (RI 13), sediado em Vila Real. Participou, como combatente, na Primeira Guerra Mundial (1914-1818), tendo sido incorporado na 5ª Brigada (da 2ª Divisão), do Corpo Expedicionário Português (CEP), da qual fazia parte o Batalhão de Infantaria n.º 13 (Vila Real).
O Corpo Expedicionário Português foi a principal força militar que Portugal, durante a Primeira Guerra Mundial, enviou para França, com a finalidade de, através da sua participação ativa no esforço de guerra contra a Alemanha, conseguir o apoio dos seus aliados e evitar a perda dos nossos territórios ultramarinos, ameaçados pelo imperialismo alemão.
Segundo relatos do meu pai José Manuel, que viveu com o "pai António" (como era chamado pelos netos) este contava-lhe com frequência histórias da guerra. O meu bisavô teve como companheiro o famoso soldado "milhões", de seu nome Aníbal Augusto Milhais, sendo este natural de Murça concelho de Vila Real. Ambos nasceram no mesmo ano, tendo sido incorporados, com 22 anos, e viajado para França, no final de maio de 1917 no CEP.
 O meu bisavô António ficou ferido, após o rebentamento de uma granada na vala onde estava entrincheirado, segundo conta o meu pai, numa das batalhas, sendo conduzido ao hospital de campanha. Como resultado dos ferimentos, ficou com uma ligeira deficiência na perna e olho esquerdo.
Quando regressou a Portugal, ter-lhe-ão dado a oportunidade de ingressar na Guarda Nacional Republicana tendo este rejeitado afirmando "estou farto de fardas".
Nos anos seguintes retoma a atividade de agricultor ligado ao vinho e à vinha e assim vive uma vida pacata e feliz.

Autor:
Sérgio Cardão, 6º B
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