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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Rota do Românico

Uma Experiência fundada na História

Pormenor do portal principal do Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro (Felgueiras)
Em terras dos vales do Sousa, no coração do Norte de Portugal, ergue-se um importante património arquitetónico de origem românica.O projeto da Rota do Românico teve início há doze anos e tornou-se um elemento impulsionador da economia local.
Esse património encontra-se estruturado na Rota do Românico, criada, em 1998, no nos concelhos que da VALSOUSA - Associação de Municípios do Vale do Sousa - Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, unindo num projeto supramunicipal um legado histórico e cultural comum.
Ancorada num conjunto de monumentos de grande valor e de excecionais particularidades, esta Rota pretende assumir um papel de excelência no âmbito do turismo cultural e paisagístico, capaz de posicionar a região como um destino de referência do românico. Trilhos e caminhos esperam-no para passeios a pé ou de bicicleta, em comunhão com a natureza.
As inúmeras festas e romarias são o palco privilegiado para um regresso aos mercados de antigamente, animados pelos singulares modos de dançar, tocar e cantar.
O fator religioso, mais do que qualquer outro, contribuiu para a europeização e difusão dos elementos que permitem definir o conceito de românico. O sistema construtivo que caracteriza a arquitetura românica começa a ser definido pouco antes dos meados do século XI. É nas regiões da Borgonha, do Languedoc, do Auvergne e do sudoeste francês e nos reinos peninsulares de Navarra e de Castela, que reside a verdadeira originalidade da criação artística nesta época.
A arte em si é mais antiga que o termo românico, utilizado pela primeira vez em 1818 por Charles de Gerville e Le Prevost, e usado sistematicamente pelo arqueólogo Arcisse de Caumont, que conseguiu batizar com esse termos as construções hoje conhecidas como tais (embora ele tenha incluído também exemplares de períodos anteriores). A arte hoje dita românica foi redescoberta, visto que por um longo tempo foi desprezada, escondida debaixo de reformas e outros estilos, ou mesmo ignorada e destruída.
A arquitetura românica desenvolveu-se na Europa durante a Idade Média (entre os séculos X e XII). Este estilo arquitetónico caracteriza-se pela reinterpretação do arco romano antigo, geralmente semicirculares ou de volta inteira/perfeita. As colunas que sustentam os arcos são tipicamente cilíndricas e cobertas com capitais muitas vezes esculpidos com representações de animais ou plantas, ou símbolos mais ou menos geométricas.
A arte românica é uma arte essencialmente religiosa, dado que as construções obedecem às necessidade do culto religioso, adotando planos ditos centralizados – na maioria dos exemplares – ou o chamado plano basilical que originará o plano da cruz latina. Assim, no geral o edifício tem os seguintes elementos:
- na entrada, o tímpano. Muito simples nos primeiros edifícios românicos, este elemento torna-se mais decorado tanto para tornar mais magnânima a casa de Deus e transformar-se em local de instrução religiosa através de cenas bíblicas; entre os temas representados incluem por exemplo a de Tetramorfo (referindo-se ao Apocalipse e aos símbolos dos quatro evangelistas), do Julgamento Final, entre outros;
- a nave tem vários tramos, com uma abóbada semicircular, ou em abóbada de berço quebrado;
- um transepto geralmente simples, com capelas escalonados ou não; no entanto, existem igrejas sem transepto, no caso dos edifícios mais humildes ou com dois transeptos, em particular na Alemanha, onde desenvolveu a arquitetura Otoniana (relativa ao rei Otão, filho de Carlos Magno);
- uma abside, com ou sem capelas radiantes e uma abóbada em quarto de esfera.
No exterior do edifício, exibindo elementos decorativos inicialmente muito simples como a banda Lombarda (no âmbito da primeira arte românica) e mais rica, com muitas esculturas (no segundo momento da arte românica).
Mosteiro Paço de Sousa (Penafiel) - início do séc. XX
No final do primeiro românico aparecem os deambulatórios cujo desenvolvimento é explicado pela explosão do culto das relíquias e romarias, permitindo aos peregrinos deambular em volta do altar central.
O românico nasceu no contexto da reforma gregoriana, na procura de afirmar o poder do Papa em detrimento do poder dos senhores feudais e dos reis e imperadores, detentores do poder temporal. A nível litúrgico a reforma procurava uma maior introspeção dos crentes no espaço religioso e obrigar os fiéis a refletirem sobre a sua conduta. Essa reflexão seria conseguida pela observação da decoração e pela fraca luminosidade interior, apelando à intimidade com Deus.
O estilo românico surge em Portugal no final do século XI, no âmbito de um fenómeno mais vasto de europeização da cultura. A expansão da arquitetura românica, em Portugal, coincide com o reinado de D. Afonso Henriques. Foi nesta época que se iniciaram as obras das Sés de Lisboa, de Coimbra e do Porto e que se construiu o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
A Rota do Românico, segundo o prospeto de divulgação, é “uma rota fundada nas memórias do Românico, que convida a uma viagem inspiradora a lugares com História, junto de singulares conjuntos monásticos, igrejas, capelas, memoriais, pontes, castelos e torres senhoriais, amadurecida em terra forjada de verde, repleta de sabores e sabores.”
Na atualidade, a rota é composta por 58 monumentos distribuídos 12 concelhos, três vales, Douro, Tâmega e Sousa. No contexto do românico português, a arquitetura românica do Tâmega e Sousa apresenta características muito peculiares e muito próprias desta região.
A singularidade da sua escultura reside nos temas e nas técnicas. Nos capitéis e nos longos frisos a escultura é muito bem desenhada e plana, utilizando a técnica do bisel, muito utilizada nas Épocas Visigótica e Moçárabe.
Agora é visitar os nossos monumentos românicos e aproveitar a nossa cultura. Deixamos aqui um cheirinho como vídeo promocional.


Autor:

Tomás Lopes Moura, 7ºB
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