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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Entrevista à diretora do Museu de Penafiel


O Museu Municipal de Penafiel é uma Instituição fundamental na dinamização cultural do Vale do Sousa. Por esse motivo, a entrevista à Dr.ª. Maria José Mendes da Costa Ferreira dos Santos, diretora deste museu, reveste-se de grande interesse.

CCM News:
Quem fundou o museu e em que ano?

Museu de Penafiel:
O museu de Penafiel foi fundado por Abílio Miranda, no ano de 1948.

CCM News:
Conte-nos um pouco mais sobre a história do fundador.

Museu de Penafiel:
Abílio Miranda era o farmacêutico da cidade de Penafiel. Este também era estudioso local e delegado da junta de educação nacional. Abílio interessava-se por questões de arqueologia, do património e da história. Este senhor foi o que mais batalhou, durante vários anos para que Penafiel tivesse um museu. Por causa do esforço do mesmo, o museu acabou por ser fundado.

CCM News:
Porque a cidade de Penafiel tem este nome?

Museu de Penafiel:
Antes de Portugal existir, no Séc. XI, Penafiel de Canas ou Penafiel de Sousa era o nome que se atribuía ao lugar onde estava o castelo de Penafiel. Na altura da alta idade média, os territórios tinham fortificações militares, porque era uma altura em que se estava a processar a reconquista cristã. Quando D. José elevou o lugar que durante toda a Idade Média se chama Arrifana de Sousa à categoria de cidade, resolveu atribuir á cidade o nome de Penafiel, ou seja, foi só a partir do Séc. XVIII que esta cidade se começou a chamar de Penafiel.
Acha que as crianças penafidelenses conhecem bem a história da sua cidade?
Eu não diria que conhecem bem. Diria que vão conhecendo através do seu percurso escolar e das visitas que faze ao museu, à biblioteca e ao arquivo. Aqui no museu, nós tentamos, na Sala da Identidade, fazer-lhes o enquadramento da história.

CCM News:
Sala de Arqueologia
Na sua opinião, qual é a Sala que cativa mais as crianças?

Museu de Penafiel:
Na minha opinião, todas as Salas têm o seu ponto de interesse para todos os tipos de público, para crianças, jovens, adultos e idosos. Contudo, se calhar por causa daquela interação que se tem com as lampreias do olhómetro, com os ecrãs táteis, a Sala do Território acaba por ter um interesse acrescido. Por outro lado, a Sala da Arqueologia, para as crianças é muito interessante quando nós vamos subir a plataforma central, do cemitério, eles podem ver aquilo que é realmente um sepulcrário Romano das escavações do castro do Monte Mozinho.

CCM News:
Podia-nos resumir o conteúdo de todas as salas?

Museu de Penafiel:
Na exposição permanente do museu, existem 5 salas. A primeira sala da exposição permanente é a Sala da Identidade. É uma sala onde procuramos retratar a evolução histórica do concelho desde o Séc. XX até à atualidade, apresentando os respetivos documentos. Aqui também retratamos o S. Jorge, não porque haja um culto religioso muito grande, mas sim por causa da ligação às festas do Corpo de Deus. No mesmo local está exposta a colcha municipal que é um orgulho para os penafidelenses, e também faz-se alusão ao Padre Américo, que foi o fundador da casa do Gaiato. Na segunda sala, a Sala do Território apresenta alguns marcos sobre diversos tipos de territórios. Aqui também está presente o Olhómetro, onde as pessoas podem ver 5 filmes diferentes que retratam diferentes tipos de território. Também se pode explorar o território, nos ecrãs táteis que têm vistas de 360º.De seguida temos a sala da arqueologia onde possuímos mais de 5 milénios de história, portanto é aqui retratado o percurso cronológico, desde o megalitismo até ao final da época romana. Na quarta exposição, na Sala dos Ofícios é retratado, a partir de duas linhas condutoras, que têm por base duas matérias-primas diferentes, por um lado o ferro e por outro lado, a madeira, não só o património cultural, com a alusão às duas principais festas do concelho (o Corpo de Deus e a Feira de S. Martinho) como também os ofícios e as profissões mais importantes do nosso território e que, infelizmente grande parte delas já tende a desaparecer (ferreiros, cesteiros, agricultores, sapateiros, tamanqueiros, pauzeiros, tanoaria e carpintaria).Por fim, na Sala da Terra e da Água, é referida a importância destes dois elementos na agricultura, na parte rural e na economia penafidelense. Aqui também é feita uma referência à Casa Tradicional.

CCM News:
Nos últimos domingos de todos os meses, fazem o domingo no museu. Qual é o objetivo dessa atividade?

Museu de Penafiel:
Com as visitas escolares que tínhamos, para além da visita ao museu, era feita uma oficina prática, para consolidar os seus conhecimentos. Então, começamos a perceber que esses meninos que vinham durante a semana com a escola, ao fim de semana, também vinham com a família. Contudo, estes ficavam muito desiludidos, pois não tinham as tais atividades. Por isso, resolvemos criar este programa para as famílias. Este projeto gira em torno de um tema, dado pelo objeto que nós selecionamos para ser o objeto do mês, o que também nos permite dar a conhecer aos nossos visitantes a grande diversidade da coleção do museu (o que está apresentado nas exposições permanentes corresponde a 10% do total que é a nossa coleção). O objetivo é que as crianças, acompanhadas da sua família, trabalhem com eles na oficina, durante esse espaço de tempo. Estas atividades não precisam de marcação.

Entrevistadora:

Leonor Viva, 7ºB